Este mês fiz algumas palestras em faculdades de moda aqui de São Paulo e como tema escolhi assuntos que tenho conversado diariamente com amigos que se interessam por moda. Como ser criativo e ter personalidade própria em tempos de excesso de informação e de tanto assédio de marcas e produtos. O quanto do que usamos tem a ver com nossa própria personalidade e o quanto disso tem a ver com vontade de se encaixar num grupo? Fiz diversas perguntas aos alunos. Você se inspira em alguém famoso para montar seu look? Gostaria de ter uma it bag? Gosta de ter itens que estejam super na moda no momento, mesmo que sejam modelos “inspired” (a famosa cópia de luxo) ou uma falsificação mesmo? Antes que vocês digam que sou contra o consumo, quero dizer que não é errado comprar. Mas fica a pergunta: Por que você compra? Ou ainda: Precisamos sempre ter a bolsa (sapato, vestido, batom…) do momento? Tenho prestado muita atenção em emblemas e atitudes que me parecem mais sinais de identificação de grupo do que pessoas seguindo uma modinha.  E quando digo emblemas não estou falando de logos, ainda que estes também estejam incluídos. São so mesmo cabelos, bronzeado (ou a falta dele), bolsas, sapatos, roupas e até óculos. Não dá pra abordar todo este tema num post só porque é muito extenso. Mas será que toda essa sinalização tão óbvia é tendência ou é só uma maneira rápida de se identificar e ser aceito como parte de um segmento? É claro que cada um de nós tem um estilo que, em geral, pode ser classificado como deste ou daquele grupo. Sigo me perguntando: As pessoas realmente se sentem bem na sua própria pele? Ou será que se sentiriam peladas caso não portassem algum emblema de fácil identificação? Será tudo isso estilo ou escudo? Serão as escolhas de moda individuais ou coletivas?